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RAPOSO TAVARES / Nelson de Castro Senra



Neste livro olhei para trás e reencontrei um dos mais notáveis bandeirantes luso-brasileiros que palmilharam nosso território ao tempo colonial – Raposo Tavares. Ele anda esquecido pelos historiadores, ainda que tenha sido peça-chave na definição do território brasileiro da atualidade. Em geral é dado como tendo sido analfabeto, o que dificulta entender como pôde ter ocupado posições que exigiam um mínimo de letras e saberes; sendo fato, contudo, que não há registros diretos de suas bandeiras, nem mesmo de sua vida privada. Além disso, quando visto com os valores do presente, é realçado como um vulgar, mais que isso, como um maldito caçador de indígenas (os povos primitivos), ainda mais, é visto como tendo sido essa a razão primeira, se não única, de suas bandeiras. E assim sendo se vem dando curso a uma “caça às bruxas” típica da Idade Média. Por demais, com suas bandeiras de expansão (ao Sul, ao Norte, através do Centro-Oeste) Raposo Tavares atingiu no coração os interesses (terrenos) da poderosa Companhia de Jesus, e o fez ao destruir as chamadas Reduções Jesuíticas, nas quais indígenas ali “ajuntados” (por livre vontade?) eram ditos “libertados” da “selvageria e barbárie” em que viviam, sob o “domínio obscuro” dos pajés, para então receberem os benefícios da “civilização europeia cristã”. Pois, Raposo Tavares, para retomar aqueles territórios entendidos como luso-brasileiros, agia com força tendo o auxílio de mamelucos e indígenas. Em defesa retórica, os Jesuítas acusavam, a ele, junto a todos que os confrontavam, para denegri-los, de serem judeus ou cristãos-novos. Enfim, este livro olha para o passado com as métricas do passado e não com os valores do presente; aos leitores que ficarem acordes com minhas ideias, deixo meu sorriso; aos que não estiverem concordes, deixo minha paciência, já que não pretendo convencer ninguém. Apenas olhei para trás e o vi como vi.

O historiador é o profeta que olha para trás.
Heinrich Heine

Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro.
José Saramago

nelson de castro senra é Doutor em Ciência da Informação (ECO / UFRJ), Mestre em Economia (EPGE / FGV-RJ) e Bacharel em Economia (UCAM-RJ) Pesquisador e Professor no IBGE (aposentado), por longo tempo, quando atuou nos campos da produção e da disseminação da estatística, daí passando a dedicar-se ao campo da pesquisa sócio-histórica da atividade estatística. Em todos esses campos de atuação é autor de vários livros e textos. Entrementes, atuou numa linha de memórias familiares: 1) Em busca do amanhã (2018), 2) Idas e vindas pelo mundo (2019), 3) Herança do Santo Ofício (2020), 4) Idas e vindas pelo Brasil. Memória quase perdida (2021), 5) A trajetória jurídico-política de um monarquista provinciano: Joaquim Barbosa de Castro, Barão d’Além Paraíba (2023). Além disso, como distração, escreveu algumas pequenas aventuras ficcionais: Confissões de um artista nas brumas e Memórias de um escritor nas sombras (2021; ambos os livros), ao que seguiu O escolhido (2022) e Supressão da escravidão (2023, como uma ucronia). É sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro – IHGRJ (onde ocupa a cadeira 38, patrono Noronha Santos).

Serviço:

Raposo Tavares
Um do Mais Notáveis Bandeirantes
Nelson de Castro Senra

Scortecci Editora
História
ISBN 978-85-366-6730-0
Formato 14 x 21 cm
116 páginas
1ª edição - 2024
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