CANTATA / Carlos Morais
Cantata foi composto para uma mulher muito amada, para o que sentem problemas de abandono e para os que sonham uma vida diferente e melhor. É um livro que foi escrito porque estava abarrotado de lembranças alviçareiras e sentindo o passar do tempo, na espera de ver todos os problemas resolvidos. Tudo estava pronto e Agora, Senhor!
Quem foi embora sem dizer adeus
Passando por uma rua antiga
que restos de memória abriga,
diante daquela casa, parei
extasiado a rememorar.
Virgem santa, a saudade era tanta
que, com as pálpebras umedecidas
de lágrimas incontidas, chorei
a olhar os gerânios debruçados na janela,
a rever uma silenciosa capela
e uma sombra a rezar.
Ainda com lágrimas nos olhos
me pus a caminhar,
estufado de lembranças.
As pessoas que eu amo, adoradas,
não morrem de verdade,
continuam a viver disfarçadas
em minha saudade.
Carlos de Morais, nasceu em 1922, num domingo de páscoa, enquanto uma serenata urdia poesia e música numa noite enluarada, com estrelas faiscando pelo céu. Talvez seja por isso que virou poeta, mas um poeta muito especial que se tornou letrista em canções, de parceria com músicos pereirenses. Ao deixar Pereiras começou uma permanente e constante peregrinação. Primeiro como estudante, depois como professor, por escolas de várias cidades, do Estado de São Paulo. Porém, essa ausência aumentou cada vez mais a saudade que enriquecia a memória a cada retorno. Inúmeras lembranças foram urdidas, com gosto de terra, com cheiro de primavera, na sinfonia das tardes alongadas de outono, quando “o sereno da madrugada não deixou meu bem dormir”!
Serviço:
Cantata
Carlos de Morais
Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-4327-4
Formato 14 x 21 cm
48 páginas
1ª edição - 2015