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MULHER UMEDECIDA / Maria Mortatti

Este é o segundo livro da trilogia composta dos seguintes títulos: Mulher emudecida, Mulher umedecida e Mulher enlouquecida. A voz feminina e o amor são os elementos comuns aos três, apresentados em diferentes gêneros literários, conforme necessidades de temas e objetivos específicos de cada livro. Mulher umedecida é o primeiro deles — que agora se publica pelas mãos de João Scortecci, a quem agradeço imensamente pela honrosa acolhida! Contém 55 poemas, distribuídos em quatro partes/movimentos, em que se podem apreender as relações de complementariedade de sentido entre tema, estrutura e forma, por meio das quais se materializa o projeto do livro, uma peça poético-musical resultante do entrecruzamento de referências a composições literárias e musicais. Os poemas evocam estados íntimos do eu-poético, como vivência em processo, na busca de simultaneidade entre o momento do vivido e o momento de seu registro como experiência (poética). Caracterizam uma sequência assemelhada à de páginas de um diário íntimo, em que se vai tecendo a narrativa de uma longa e tortuosa jornada, por meio da expressão dos estados da alma ritmados pelos sentimentos da mulher na relação com seu amado, a quem dedica os poemas. Ao mesmo tempo vai se revelando a tessitura da relação amorosa, do ponto de vista da “mulher umedecida”, em monólogo dialógico-replicante com o homem, no movimento em vórtice que é também o de uma jornada de autoconhecimento, provocada pelo encontro e o vínculo com o Outro. O tom dos poemas é simples, mas veemente e pungente. Sentimentos díspares, antagônicos e contraditórios entre si. Ora alegres e idílicos, celebrando o encontro. Ora atormentados e trágicos, lamentando a ausência. Ora obstinados e esperançosos. Ora desiludidos e conformados. Sentimentos repetitivos e redundantes. Fim e recomeço, recomeço e fim se alternam em sequência temporal não linear, com idas e vindas, retomadas e avanços, sempre a partir de outro ponto adiante. E o desfecho, embora remeta à possível solução do conflito, sugere novo recomeço. Entre começos, fins e recomeços, do começo ao fim ou do fim ao começo, o livro representa uma declaração do amor sem começo nem fim ofertada pela mulher ao homem que a umedeceu. Por isso, talvez esta peça/oferenda poético-musical possa ser mais adequadamente apreciada se acompanhada da audição: das belíssimas 3ª, 4ª e 5ª de Mahler; e da estupenda Oferenda musical, de Bach. O leitor que acolher o convite-desa-fio poderá avaliar se o ambicioso projeto foi bem-sucedido: as palavras tocam (em) seu coração como tocam no/do coração da mulher umedecida?
Maria Mortatti

Os poemas de Mulher umedecida evocam estados íntimos do eu-poético, como vivência em processo, na busca de simultaneidade entre o momento do vivido e o momento de seu registro como experiência (poética). Caracterizam uma sequência assemelhada à de páginas de um diário íntimo, em que se vai tecendo a narrativa de uma longa e tortuosa jornada, por meio da expressão dos estados da alma ritmados pelos sentimentos da mulher na relação com seu amado, a quem dedica os poemas. Ao mesmo tempo, vai se revelando a tessitura da relação amorosa, do ponto de vista da mulher umedecida, em monólogo dialógico-replicante com o homem, no movimento em vórtice que é também o de uma jornada de autoconhecimento, provocada pelo encontro e o vínculo com o Outro. Como uma peça poético-musical resultante do entrecruzamento de referências a composições literárias e musicais, entre começos, fins e recomeços, do começo ao fim ou do fim ao começo, o livro representa uma declaração do amor sem começo nem fim ofertada pela mulher ao homem que a umedeceu. O leitor que acolher o convite-desafio poderá avaliar se o ambicioso projeto foi bem-sucedido: as palavras tocam (em) seu coração como tocam no/do coração da mulher umedecida?
Maria Mortatti

Serviço:

Mulher Umedecida
Maria Mortatti

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-65-5529-046-2
Formato 14 x 21 cm 
120 páginas
1ª edição - 2020

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