CELESTINA / Fernando de Alencar
O romance Celestina tem um valor que transcende o literário. O livro representa um legado ao município de Santos Dumont em seus primórdios. Retrata aspectos da sociedade da época situada no momento histórico pré-abolição e pré-proclamação da República. Por meio de descrições vivas e detalhadas do autor Fernando de Alencar, podemos vislumbrar o passado arquitetural e comportamental no então Arraial de João Gomes. O romance de costumes descortina para o leitor a condição da mulher na sociedade interiorana do final do século XIX, os debates suscitados na época em que a escravidão via seus derradeiros anos, a educação informal que se praticava naquele período, assim como a situação da mulher negra em tempos abolicionistas. Macrino e Celestina descobrem a pureza do primeiro amor em meio aos severos costumes da época. Com todas as limitações que precisam superar, irá o amor prevalecer? A que preço?
– Celestina! - Pouco depois, de improviso, entrou a moça, sutilmente, na sala.
O cabelo frouxamente penteado, formando sobre a bem modelada fronte duas graciosas voltas e preso no nível da nuca com uma simples fita de cetim branco, caía-lhe sobre as escápulas em abundantes cascatas, levantando em derredor uma atmosfera de vaporosos fios negros.
Fernando Napoleão Augusto de Alencar nasceu em Fortaleza, Ceará, em 31 de março de 1857. Médico, abolicionista, poeta, escritor, teatrólogo, articulista e orador, viveu no Arraial de João Gomes (posteriormente Palmyra e Santos Dumont), em Minas Gerais, em fins do século XIX. Ali, escreveu e publicou o romance Celestina, em 1885. A esse se seguiram outros romances: Pálidas (1893); Samuel, o Apóstata (1900); Heroína (1904). No teatro, escreveu as peças: Tempestades Morais; Bolívar; O Poeta Louco; O Castigo de uma Vaidade e O Herói Insurgente. Viveu em diversas localidades mineiras, vindo a falecer em Sete Lagoas, Minas Gerais, em 13 de janeiro de 1910.
Fonte: https://www.uemmg.org.br/biografias/fernando-de-alencar
Serviço:
Celestina
Fernando de Alencar
Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-6182-7
Formato 14 x 21 cm
200 páginas
2ª edição - 2020