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SÃO LUÍS / Pedro Viegas

Nas breves palavras de apresentação deste livro, o autor lamenta que no anterior, Trajetória rebelde, tenha deixado de evoluir sobre assuntos que considera importantes à compreensão de certas atitudes humanas em dado momento da vida. Circunstâncias e necessidade de respostas rápidas a dadas manifestações, no caso dos golpistas de 1964 ao comemorarem seus 40 anos de poder absoluto em nosso país, foram causas de ausências. Fenômenos não se explicam facilmente e aí está algo interessante nesta nova incursão de Pedro Viegas: trazer ao pensamento perguntas sobre os porquês de uma pessoa reconhecidamente pacata de repente se revelar um rebelde social, um revolucionário, para espanto dos que mais de perto a conheceram e até com ela conviveram sob o mesmo teto, no bairro ou na escola. Nada se dá por um simples estalar de dedos. Entre o nascer e o amadurecer dos indivíduos descortina-se uma estrada que aos poucos se abre e se alonga oferecendo percepção, conhecimento. Por tudo isso e muito mais, a visão crítica do mundo no geral de nossa época e da sociedade na qual habitamos. A consciência do ser social que somos amadurece. É quando, no caminhar, a estrada se bifurca. Surgem as opções. E sonhos.

Pedro Viegas é natural de São Luís (MA), nascido em 29 de junho de 1937. Vem de origem familiar humilde. Por isso mesmo teve que começar a trabalhar muito cedo. Também cedo veio sua preocupação com o futuro. Via nos rapazes mais velhos, com o ginasial completo, o que não era pouco à época, o desalento do desemprego. Foi quando decidiu interromper o ginásio no segundo ano e ingressar na Marinha. Nela especializou-se e seguiu carreira segundo a normalidade naval. Muitas insatisfações internas levaram os praças a criarem sua entidade representativa, a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB). As autoridades, no entanto, não a toleravam. Veio o golpe civil-militar de 1964 e com ele expulsões e condenações. A expulsão, porém, coincidiu com a conclusão de um curso de jornalismo que fazia. Pela sua colocação ao final desse curso, foi agraciado com um estágio no órgão central da Cadeia Associada, O Jornal, onde seria efetivado. Mais adiante seria condenado a três anos de reclusão e mais adiante ainda seria banido do país. Com a anistia de 1979 retomou a profissão. Cobriu para várias publicações a transição política argentina entre 1983 e 1984. Tempos de renovadas esperanças.

Serviço:

São Luís
Minha Rua, Minhas Lembranças
Pedro Viegas

Scortecci Editora
Contos
ISBN 978-65-5529-278-7
Formato 14 x 21 cm 
100 páginas
1ª edição - 2021

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