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DÓRIS / Nei George Prado

A garota, achada por Vitor, ali numa lanchonete de posto de gasolina, iria dar jeito no medo da imensa roda que vinha detonando toda a cidade, inclusive em assuntos secundários, como seu namoro com Telma?

Bucolismo. Humor. Triângulo amoroso. Universo paralelo e sobrenatural. O mistério da “roda”. Esses e alguns outros elementos, homogeneizados num enredo juvenil e descontraído – além de abordar o complexo cenário da crise sanitária vigente – dão vida a Dóris. Uma novela instigante, que capta a concentração do leitor do início ao fim, fazendo-o adentrar no enigmático mundo pós-morte, através do poema “Miríades”. Aliás, uma obra poética em sua universalidade. Não raras vezes, durante a leitura do romance, Nei George Prado impele o leitor a ir além das palavras, a expandir a história na sua própria imaginação, a definir, previamente, qual o seu desfecho preferido. Em suma, o autor conquista o interlocutor de forma que ultrapassa a linguagem escrita e visualiza, quase a olhos nus, as entrelinhas do processo narrativo. Quem teve o privilégio de conhecer as obras do referido autor compreende a junção maravilhosa que ocorreu neste livro, uma sintonia perfeita entre prosa e verso, realidade e ficção. O escritor e diplomata português Eça de Queiroz, em uma de suas obras icônicas, revela que a melhor e mais perfeita prosa, bem como a mais lúcida, a mais lógica, a que tem sido a grande educadora literária e responsável pela civilização do mundo, é feita com meia dúzia de vocábulos, capazes de ser enumerados por meio dos dedos. Tal evento é perceptível em Dóris, pois não se pode determinar a qualidade da obra pela quantidade de suas páginas e/ou vocábulos, mas pela imensidão de efeitos que ela produz na mente de um leitor ávido e seletivo. À vista disso, depreende-se que este livro nos fornece uma boa dose de imaginação, entretenimento, compreensão acerca da mente humana e, claro, identificação com nosso cotidiano, uma vez que, como toda prosa poética, apresenta uma visão lírica da realidade numa linguagem subjetiva e conotativa.
Elzenir Cunegundes Jorge Nunes - Professora de Português

Nei George Prado atuou como procurador nas cidades baianas de Candiba e Pindaí e foi assessor jurídico da Câmara Municipal de Palmas de Monte Alto e de Candiba. Professor e advogado, lecionou Língua Portuguesa e Literatura no Centro Educacional Dom José Pedro Costa, em Candiba, e foi professor substituto na Universidade do Estado da Bahia – UNEB e no Colégio João Durval Carneiro, em Guanambi (BA). É casado e tem três filhos. Livros publicados: Êxtase (Scortecci Editora, 2020), Joice (Scortecci Editora, 2019), A vez que Tatau ficou fraco da cabeça e outras histórias (Scortecci Editora, 2016), Quando num amanhecer & outros contos juvenis (Câmara Brasileira dos Jovens Escritores, 2013), Palavra por palavra (coletânea de poesia, versos & textos, 1992) e Falcão de vidro (coletânea de poesia contemporânea, 1991).

Serviço:

Dóris
Nei George Prado

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-65-5529-875-8
Formato 12 x 18 cm
88 páginas
1ª edição - 2022

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