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RECORDIAS / Dias

Escrevi essas histórias, e assumo o que foi contado, boas ou más são memórias, de um personagem talhado do tipo que o diabo achou Ideal, e o programou para um trabalho adequado.

Ele nasceu em Mondrongo
Teve infância em Assuenda
Sempre foi um mocorongo
Até pior que a encomenda
Quase ficou sem escola
Jamais soube jogar bola
Era um bocó de fazenda.

Primeiro amou Marydalva
E em seguida a Dianair
Exceto alguma ressalva
Vivia armando o "jequi"
Sempre encostando primeiro
Era de um "papo" certeiro
Como igual eu nunca vi.

Sempre foi bicho do mato
Mas sonhou com a cidade
Era arredio ao contato
Com qualquer celebridade
Viajou até sem dinheiro
Mas nunca foi trambiqueiro
Desses que engana até frade.

Cuidou bem da Dilenir
Além das outras que amou
Sem esquecer Deracy
Tudo que quis conquistou
Não decepcionou ninguém
Mas sorte é só para quem
Deus a deu e abençoou.

Jóia assim tão preciosa
Quem mais poderia ser?
Só sua Grace era a rosa
Que ele decidiu colher
Mas precisou de coragem
Pois ela nessa passagem
Sacudiu todo o seu ser.

Daquela turma da estrada
Que acampou em Jaraguá
Ele arrumou namorada
Com quem quis até casar
Só que ela era ciumenta
E no quilômetro sessenta
Resolveu tudo acabar.

Quando atingiu Patriluz
Palco da notoriedade
Viu que se acendeu a luz
E ele encontrou na cidade
De Almanara, uma morena
Bonita, a Lazibuena
Que deixou muita saudade.

Finalmente a Ninfuleira
Que dava o ponto no angu
Tão caridosa e dadeira
Gostava de um “guatambu”
Mas logo ele a descartou
E o que era doce acabou
Quando deixou Majiçu.

Serviço:

Recordias
Dias
Scortecci Editora
Poemas
ISBN 978-85-366-2597-3
Formato 14 x 21 cm 
140 páginas
1ª edição - 2012

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